Tipos de Memoria
www.tecmundo.com.br
Por Fabio Jordão em
25 de Agosto de 2011
Apresentamos a
memória RAM, um componente que você já conhece e que sabe até para o que serve.
Todavia, ela não chegou agora e parte da história ficou escondida no passado.
Hoje revelaremos um pouco sobre os tipos de memórias que apareceram ao longo
dos anos. Falaremos sobre as
principais diferenças entre os padrões. E claro, como você está no Tecmundo,
vai saber algumas novidades que devem aparecer no mundo das memórias num futuro
próximo. Convidamos você a embarcar nessa jornada tecnológica. Enquanto você lê,
não precisa fechar os demais aplicativos, pois a memória do seu computador vai
continuar armazenando os dados enquanto você desfruta de toda a informação
deste texto.
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RAM e DRAM
Foi em algum ponto na década de 50 que
surgiram as primeiras ideias de criar uma Memória de Acesso Aleatório (RAM).
Apesar disso, nosso papo começa em 1966, ano que foi marcado pela criação da
memória DRAM (invenção do Dr. Robert Dennard) e pelo lançamento de uma
calculadora Toshiba que já armazenava dados temporariamente.
Memória DDR3 da
Corsair (Fonte da imagem: Divulgação/Corsair)
A DRAM (Memória de Acesso Aleatório
Dinâmico) é o padrão de memória que perdura até hoje, mas para chegar aos
atuais módulos, a história teve grandes reviravoltas. Em 1970, a Intel lançou
sua primeira memória DRAM, porém, o projeto não era de autoria da fabricante e
apresentou diversos problemas. No mesmo ano, a Intel lançou a memória DRAM
1103, que foi disponibilizada para o comércio “geral” (que na época era
composto por grandes empresas).
A partir da metade da década de 70, a
memória DRAM foi definida como padrão mundial, dominando mais de 70% do
mercado. Nesse ponto da história, a DRAM já havia evoluído consideravelmente e
tinha os conceitos básicos que são usados nas memórias atuais.
DIP e SIMM
Antes da chegada dos antiquíssimos 286,
os computadores usam chips DIP. Esse tipo de memória vinha embutido na
placa-mãe e servia para auxiliar o processador e armazenar uma quantidade muito
pequena de dados.
Foi com a popularização dos
computadores e o surgimento da onda de PCs (Computadores Pessoais) que houve um
salto no tipo de memória. Num primeiro instante, as fabricantes adotaram o
padrão SIMM, que era muito parecido com os produtos atuais, mas que trazia
chips de memória em apenas um dos lados do módulo.
Memória
SIMM de 256 KB do console Atari STE (Fonte da imagem: Divulgação/Wikimedia
Commons - Darkoneko)
Antes desse salto, no entanto, houve o
padrão SIPP – que foi um intermediário entre o DIP e o SIMM. O problema é que o
conector das memórias SIPP quebrava com facilidade, o que forçou as fabricantes
a adotarem o SIMM sem pensar muito.
A primeira leva do padrão SIMM tinha 30
pinos e podia transmitir 9 bits de dados. Foi utilizado nos primeiros 286, 386
e até em alguns modelos de 486. O segundo tipo de SIMM contava com 72 pinos,
possibilitando a transmissão de até 32 bits. Esse tipo de módulo vinha
instalado em computadores com processadores 486, Pentium e até alguns com
Pentium II.
FPM e EDO
A tecnologia FPM (Fast Page Mode) foi
utilizada para desenvolver algumas memórias do padrão SIMM. Módulos com essa
tecnologia podiam armazenar incríveis 256 kbytes. Basicamente, o diferencial
dessa memória era a possibilidade de escrever ou ler múltiplos dados de uma
linha sucessivamente.
Memória EDO (Fonte da
imagem: Divulgação/Wikipédia)
As memórias com tecnologia EDO
apareceram em 1995, trazendo um aumento de desempenho de 5% se comparadas às
que utilizavam a tecnologia FPM. A tecnologia EDO (Extended Data Out) era quase
idêntica à FPM, exceto que possibilitava iniciar um novo ciclo de dados antes
que os dados de saída do anterior fossem enviados para outros componentes.
DIMM e SDRAM
Quando as fabricantes notaram que o
padrão SIMM já não era o suficiente para comportar a quantidade de dados
requisitados pelos processadores, foi necessário migrar para um novo padrão: o
DIMM. A diferença básica é que com os módulos DIMM havia chips de memórias
instalados dos dois lados (ou a possibilidade de instalar tais chips), o que
poderia aumentar a quantidade de memória total de um único módulo.
Memória DIMM (Fonte
da imagem: Divulgação/Wikipédia)
Outra mudança que chegou com as DIMMs e
causou impacto no desempenho dos computadores foi a alteração na transmissão de
dados, que aumentou de 32 para 64 bits. O padrão DIMM foi o mais apropriado
para o desenvolvimento de diversos outros padrões, assim surgiram diversos
tipos de memórias baseados no DIMM, mas com ordenação (e número) de pinos e
características diferentes.
Com a evolução das DIMMs, as memórias
SDRAM foram adotadas por padrão, deixando para trás o padrão DRAM. As SDRAMs
são diferentes, pois têm os dados sincronizados com o barramento do sistema.
Isso quer dizer que a memória aguarda por um pulso de sinal antes de responder.
Com isso, ela pode operar em conjunto com os demais dispositivos e, em
consequência, ter velocidade consideravelmente superior.
RIMM e PC100
Pouco depois do padrão DIMM, apareceram
as memórias RIMM. Muito semelhantes, as RIMM se diferenciavam basicamente pela
ordenação e formato dos pinos. Houve certo incentivo por parte da Intel para a
utilização de memórias RIMM, no entanto, o padrão não tinha grandes chances de
prospectiva e foi abandonado ainda em 2001.
As memórias RIMM ainda apareceram no
Nintendo 64 e no Playstation 2 – o que comprova que elas tinham grande
capacidade para determinadas atividades. Ocorre que, no entanto, o padrão não
conseguiu acompanhar a evolução que ocorreu com as memórias DIMM.
Memória
PC133 e EDO (Fonte da imagem: Divulgação/Wikimedia
Commons - David Henry)
O padrão PC100 (que era uma memória SDR
SDRAM) surgiu na mesma época em que as memórias RIMM estavam no auge. Esse
padrão foi criado pela JEDEC, empresa que posteriormente definiu como seria o
DDR. A partir do PC100, as fabricantes começaram a dar atenção ao quesito
frequência. Posteriormente, o sufixo PC serviu para indicar a largura de banda
das memórias (como no caso de memórias PC3200 que tinham largura de 3200 MB/s).
DDR, DDR2 e DDR3
Depois de mais de 30 anos de história,
muitos padrões e tecnologias, finalmente chegamos aos tipos de memórias
presentes nos computadores atuais. No começo, eram as memórias DDR, que
operavam com frequências de até 200 MHz. Apesar de esse ser o clock efetivo nos
chips, o valor usado pelo barramento do sistema é de apenas metade, ou seja,
100 MHz.
Assim, fica claro que a frequência do
BUS não duplica, o que ocorre é que o dobro de dados transita simultaneamente.
Aliás, a sigla DDR significa Double Data Rate, que significa Dupla Taxa de
Transferência. Para entender como a taxa de transferência aumenta em duas
vezes, basta realizar o cálculo:
[número de bytes] x [frequência do
barramento] x 2
Do padrão DDR para o DDR2 foi um pulo
fácil. Bastou adicionar alguns circuitos para que a taxa de dados dobrasse
novamente. Além do aumento na largura de banda, o padrão DDR2 veio para
economizar energia e reduzir as temperaturas. As memórias DDR2 mais avançadas
alcançam clocks de até 1.300 MHz (frequência DDR), ou seja, 650 MHz real.
Memórias
DDR1 (Fonte da imagem: Divulgação/Wikipédia - W-sky)
E o padrão mais recente é o DDR3 que,
como era de se esperar, tem o dobro de taxa de transferência se comparado ao
DDR2. A tensão das memórias caiu novamente (de 1,8 V do DDR2 para 1,5 V) e a
frequência aumentou significativamente – é possível encontrar memórias que
operam a 2.400 MHz (clock DDR).
Dual-Channel e Triple-Channel
Apesar das constantes evoluções no
padrão DDR, as memórias nunca conseguiram atingir a mesma velocidade das CPUs.
Isso forçou as principais empresas de informática a apelarem para um truque que
possibilitaria o aumento do desempenho geral da máquina. Conhecido como
Dual-Channel (Canal Duplo), o novo recurso possibilitou o aumento em duas vezes
na velocidade entre a memória e o controlador.
A tecnologia Dual-Channel depende
simplesmente de uma placa-mãe ou um processador que tenha um controlador capaz
de trabalhar com o dobro de largura do barramento. Isso significa que a memória
utilizada não precisa ser diferente, sendo que a grande diferença está no
controlador, que deve ser capaz de trabalhar com 128 bits, em vez dos
costumeiros 64 bits das memórias DDR.
Corsair XMS3 — 8 GB Dual Channel
DDR3 (Fonte da imagem: Divulgação/Corsair)
Ao dobrar a largura do barramento de
dados, as memórias têm a taxa de transferência dobrada automaticamente. Assim,
uma memória DDR2 que antes era capaz de transferir 8.533 MB/s, quando
programada para atuar em Dual-Channel poderá atingir um limite teórico de
17.066 MB/s. Detalhe: para usar a tecnologia de Canal Duplo é preciso usar dois
módulos de memórias, conectados nos slots pré-configurados para habilitar o
recurso.
A tecnologia Triple-Channel é muito
parecida com a Dual, exceto que aqui o canal é triplo. Com a explicação acima
fica fácil compreender que é preciso utilizar um processador e placa-mãe
compatível (os primeiros a usar esse recurso foram os Intel Core i7 de primeira
geração).
A largura do barramento aumenta para
192 bits (o triplo dos 64 bits) e, consequentemente, a taxa de transferência
triplica. E novamente vale a mesma regra: três módulos são necessários para
utilizar essa funcionalidade.
Outros padrões
Enquanto os computadores evoluíram
baseados nas memórias DIMM SDRAM, outros dispositivos aderiram a memórias
alternativas. É o caso do Playstation 3,
que aderiu à linha de memórias XDR DRAM. O padrão XDR é como se fosse um
sucessor das antigas memórias baseadas no RIMM (também conhecida como memória
Rambus DRAM).
Existem ainda as memórias dedicadas
para as placas gráficas. As principais são do padrão GDDR, variando entre a
primeira geração e a quinta – a GDDR5. As memórias GDDR têm algumas semelhanças
com os padrões DDR, mas diferem em alguns aspectos, incluindo as frequências.
Radeon HD 6990 com
memória GDDR5 (Fonte da imagem: Divulgação/ASUS)
Antigamente foram usadas memórias do
tipo VRAM e WRAM para armazenar dados gráficos. Atualmente, as memórias são do
tipo SGRAM (RAM de sincronia gráfica). Todas elas são baseadas na memória RAM,
mas têm certas diferenças.
O futuro enigmático das memórias
O padrão DDR tem reinado por longos
anos, todavia, muitas tecnologias estão sendo estudadas para substituir os
atuais módulos. Entre tantas, uma que ganha destaque é MRAM, memória magnética
que deve alterar completamente o sistema de leitura e escrita. Esse padrão deve
disputar com o FRAM, memória ferroelétrica que tem investimentos de grandes
empresas, incluindo a Samsung, a Toshiba e outras tantas.
E a evolução das memórias RAMs não vai
continuar apenas nos módulos que utilizamos no cotidiano. Protótipos como o
Z-RAM (Zero-capacitor RAM) devem aportar nas memórias caches dos processadores.
Aliás, a probabilidade é muito grande, pois a AMD licenciou
a segunda geração da Z-RAM.
Apesar de muitas fabricantes investirem
alto na continuidade das memórias RAMs, existem fortes indícios de que outros
tipos de memórias sejam adotados num futuro próximo. A HP, por exemplo, aposta
no Memristor,
um componente eletrônico que deve gerar um padrão de memória muito superior ao
atual.
Muito bom!
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